Capítulo 03

A Decisão! Em Busca dos Ideais


A equipe de Colress estava assistindo o noticiário em um esconderijo, o que passava era sobre um Druddigon que atacou “misteriosamente” Aspertia City.

– Sr. Colress, o que faremos agora já que não obtivemos êxito nas experiências?

– Ainda existe outra forma de conseguirmos o que desejamos – respondeu o cientista confiante.

– E que forma é essa?

– Iremos para Floccesy Town. Comecem os preparativos, irei explicar no caminho.

...


Rosa ficou trêmula e sem saber o que fazer. Sem entender nada Nate se preocupa ao ver sua irmã naquele estado.

– Coma? Mas o que é isso? – pergunta o garoto.

– É um estado que a pessoa perde a consciência e não responde a nenhum tipo de estímulo – responde Dr. Jung.

– Como assim não reponde a estímulo? – ficou com uma cara de quem não entendeu nada.

– Bom, coma é... – tosse um pouco e em seguida continua – É como se ela estivesse desmaiada e não acordasse mais – explicou da forma mais simples possível.

– Quer dizer que ela não vai acordar mais? – seus olhos enchem de água.

– Vamos leva-la para fazer alguns exames. Não sabemos se o caso dela é grave, mesmo assim ainda é cedo para perder as esperanças.

Disse saindo do quarto e tossindo mais. Nate virou-se para sua irmã a abraçou e disse “A mamãe vai ficar bem maninha”. Sentaram-se e esperaram. Minutos depois chegou uma enfermeira e levou Nayara para fazer os exames, Rosa foi junto.

...

– Nate – abriu a porta do quarto – Tenho boas notícias.

– Maninha! O que foi?

– Os resultados dos exames da mamãe foram bons – pausou por alguns segundos e continuou – E o doutor disse que vai fazer uma operação para acordá-la.

– Verdade? – comemorou junto de Luna e Riolu, mas uma dúvida veio a sua cabeça – Mas pode fazer isso?

– Ele disse que existe Pokémons com poderes milagrosos. E alguns deles podem acordar pessoas do coma. Agora vamos, a mamãe já tá na sala de operação.

Rosa segura o braço de Nate e o puxa com tanta pressa que ele quase colide com a parede da porta.

– Luna, Riolu! Vem vocês também! – Riolu vai correndo atrás deles e Luna sai flutuando e atravessando paredes, assustando quem estivesse por ali.

...

O Dr. Jung coloca sua mão na maçaneta da porta da sala de cirurgia para abri-la, quando é surpreendido por dois adolescentes e dois Pokémons correndo, fazendo o maior tumulto.

– Shhhh! Crianças, por favor, silêncio dentro do hospital.

– Desculpe-nos Sr. Jung.

– Tudo bem, eu entendo que vocês estão ansiosos, mas eu vou acalmá-los explicando sobre como vai ser – tosse, em seguida coloca sua mão no bolso e pega um objeto.

– Vermelho e branco – observa Rosa – Isso é uma pokébola!

Confirma e libera o monstrinho de dentro dela. O Pokémon era um ser bem curioso, flutuava graciosamente e estava todo enrolado com os olhos fechado, como se estivesse dormindo com frio. Seu corpo era oval e roxo, quadrúpede com as patas rosa escuras, sua cabeça é rosa e o nariz grande e de um orifício no centro da cabeça saía uma fumaça curiosamente cor-de-rosa escura.

– Essa é a minha Musharna, ela foi treinada para a medicina. Nós a usamos para anestesiar as pessoas a fim de diminuir suas dores ou até para fazermos cirurgias, e tudo que ela pega em troca são os seus sonhos. Além disso, ela também pode ajudar em vários outros problemas e doenças, um deles é o coma.



– Então a mamãe vai acordar mesmo? – pergunta Nate.

– Ainda não entendemos exatamente como o poder de Pokémons funciona na mente das pessoas, existem pessoas que se recuperam do coma, mas há casos em que não dá certo, tudo o que podemos fazer é confiar na Musharna.

– E nós iremos – respondeu Rosa – Não é Nate?

– Sim! Confiamos em você Musharna! – a Pokémon se sente feliz com o apoio deles.

– Certo, agora nos de licença, iremos começar – diz o Dr. Jung – O processo é rápido, uns vinte minutos já que só utilizamos o poder do Pokémon. Se quiserem podem ir a algum lugar nesse tempo.

– Obrigado Doutor, mas iremos esperar aqui mesmo – diz Nate.

– Isso mesmo, uma família tem que permanecer unida – concorda Rosa.

O Dr. dá um sorriso mas é atrapalhado por tossidas e entra na sala junto com a Musharna, fechando a porta logo em seguida.

– Vai comer alguma coisa Nate, faz tempo que você não come nada.

– Não! – desobedece a sua irmã – Eu disse que ia ficar aqui, o que se diz é o que tem que ser feito.
Rosa fica surpresa, aquelas palavras vieram a sua cabeça como se alguém muito importante já tivesse dito aquilo para ela antes.

...

Rosa estava inquieta, sentada no sofá confortável dali, porém por mais de meia hora, mas por mais que o assento seja bom, ficar parado na mesma posição por muito tempo é bem desconfortável, além de que só cabiam duas pessoas, mas Riolu estava sentado também. Luna estava flutuando ali por todo esse tempo, mas flutuar parecia ser algo que não exigia esforço dela e Nate estava quieto, quase sem se mexer, não havia abrido a boca um segundo se quer, sua irmã estava impressionada com isso, mas ela reconheceu que ele estava cumprindo sua palavra.
Mais alguns minutos passaram e a porta da sala se abriu, o doutor saiu tossindo. Nate mudou sua expressão séria e se levantou para ir em direção do doutor, Rosa também ficou feliz, mas ao se levantar ela se alongou para diminuir a sensação de incomodo de ter ficado muito tempo parada.

– E então Dr. Jung, demorou um pouco, mas a mamãe já está bem? – perguntou Nate esperançoso.
O doutor com um olhar triste pensou nas palavras que ia dizer, mas parecia que não existia um modo correto de se falar, que de qualquer jeito ia magoar o garoto, Rosa viu a face dele e percebeu, logo sua expressão deixou de ser alegra novamente.

– A Musharna foi além dos limites dela pra curar sua mãe, mas desculpe garoto, sua mãe ainda está em coma.

Nate arregalou os olhos, mas voltou a sorrir novamente e um pouco trêmulo continuou a conversar.

– Dr., você me assustou... Mas esse tipo de brincadeira não é legal.

– Desculpe, mas é a pura verdade. O que resta agora é ter esperanças para que ela acorde naturalmente.

Nate muito confuso sai correndo, sua irmã grita pelo seu nome, mas ele já tinha virado o corredor.

– Desculpe Dr. Jung, eu vou atrás dele, por favor, cuide bem da minha mãe – Rosa corre atrás dele e os Pokémons vão juntos. “Onde será que ele foi?” pensa ela. As pessoas do hospital ficam assustadas com todos correndo, um senhor mais esperto diz: “Ele saiu do hospital”. Rosa agradece e eles vão lá fora.

Ela olha por todos os lados, vê nas ruas se não tem nenhum garoto atrapalhando o trânsito, vê se ele está atrás de algum pedestre, mas não encontra nada, nada até que Luna a chama apontando para trás, ela se vira para o hospital e ele ali, encostado na parede do lado da porta de entrada, sentado com as pernas dobradas, as abraçando e choramingando.

– Que bom que eu te encontrei – fica aliviada e abaixa para conversar com ele – Achei que você fugiria para algum lugar.

– Fugir pra onde? – berra fazendo sua irmã que estava agachada cair sentada – A gente não tem nenhum lugar pra ir.

Ela se lembra de que sua casa está queimada e fica sem nada para dizer, se perde por um tempo em seus pensamentos até que tem uma ideia.

– Eu trabalho no Centro Pokémon, posso pedir um quarto pra eles em troca de meu serviço... Não fica triste Nate, a gente fica lá até a mãe acordar. Só podemos esperar agora.

Nate desabraça sua perna e tira as lágrimas do seu rosto esfregando seu braço, após terminar grita um NÃO para sua irmã que arregala os olhos.

– Eu não... Não... Não vou depender... Da esperança dessa vez. Eu tive muita esperança com o papai daquela vez, esperando que a gente pudesse achar ele, ou que ele voltaria pra gente, e acho que se a gente ficar esperando de novo nada vai se resolver...

– Mas então o que você vai fazer? – a única coisa que tinha sobrado para Rosa era a esperança, e se nem isso resolveria o que ela poderia fazer?

– Sei lá... Se tivesse um Pokémon mais forte que a Musharna acho que ele poderia ajudar a gente.

– O que você tá falando? Quer achar um tanto de Musharna por aí e ver qual cura ela?

– Não, não é isso, é que... Lembra daquilo que você me falou quando você entrou no quarto me chamando pra ir até o Dr. Jung?

– Eu acho que foi: “[...] existe Pokémons com poderes milagrosos. E alguns deles podem acordar pessoas do coma”.

– Foi isso mesmo! – a face de Nate já não era mais triste – E se não for só Musharnas que acordam pessoas do coma? E se houver Pokémons mais poderosos? Podemos ir encontrar eles!

– Ah, não sei não Nate, a gente nem sabe se tem, e mesmo se tiver quais são as chances de encontrar ele?

– E você pretende fazer o que? Trabalhar todo dia fazendo a mesma coisa pra gente poder ficar num quarto tendo esperança? Não importa se você vai me deixar ou não, eu vou viajar por esse mundo procurando um por um até encontrar o Pokémon que eu quero.

– Mas Nate...

– O que se diz é o que tem que ser feito! – interrompe sua irmã.

– “O que se diz é o que tem que ser feito” – repete em voz baixa, se recordando de algo.

– Por favor pai, deixa eu cuidar dessa Frillish!

– Tem certeza filha, cuidar de um Pokémon é uma grande responsabilidade – dizia o homem segurando no ombro da menina.

– Sim, eu irei cuidar bem dela!

– Tudo bem, mas lembre sempre disso: O que se diz é o que tem que ser feito!


Essa lembrança fez com que Rosa resolvesse o que iria fazer.

– Tudo bem tampinha, eu decidi que vou deixar você fazer o que quer, mas eu não vou ter esperanças em você... Eu vou junto com você – ambos se levantam – Vamos perguntar ao Dr. Jung se existe mais algum Pokémon que pode acordar alguém em coma e vamos arrumar as nossas coisas e viajar o mais rápido o possível!

Nate ergue seu braço e deixa sua mão aberta na frente de Rosa, ela também ergue seu braço e coloca sua mão em cima na dele, em seguida Riolu coloca em cima da dela e por último Luna que coloca seu tentáculo por cima de todas. Nate diz “Em busca dos ideais” e todos erguem sua mão gritando cada um em sua língua:

– Em busca dos IDEAIS!

No mesmo momento ainda com o dia estando ensolarado e com quase nenhuma nuvem a vista cai um raio. Um raio que apenas cai quando alguém que não desiste decide ir em busca de seus ideais. Um raio que mostra que uma verdadeira lenda está para nascer.


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