A
Decisão! Em Busca dos Ideais
A equipe de Colress estava
assistindo o noticiário em um esconderijo, o que passava era sobre um Druddigon
que atacou “misteriosamente” Aspertia City.
– Sr. Colress, o que faremos
agora já que não obtivemos êxito nas experiências?
– Ainda existe outra forma de
conseguirmos o que desejamos – respondeu o cientista confiante.
– E que forma é essa?
– Iremos para Floccesy Town.
Comecem os preparativos, irei explicar no caminho.
Rosa ficou trêmula e sem saber o
que fazer. Sem entender nada Nate se preocupa ao ver sua irmã naquele estado.
– Coma? Mas o que é isso? –
pergunta o garoto.
– É um estado que a pessoa perde
a consciência e não responde a nenhum tipo de estímulo – responde Dr. Jung.
– Como assim não reponde a
estímulo? – ficou com uma cara de quem não entendeu nada.
– Bom, coma é... – tosse um pouco
e em seguida continua – É como se ela estivesse desmaiada e não acordasse mais
– explicou da forma mais simples possível.
– Quer dizer que ela não vai
acordar mais? – seus olhos enchem de água.
– Vamos leva-la para fazer alguns
exames. Não sabemos se o caso dela é grave, mesmo assim ainda é cedo para
perder as esperanças.
Disse saindo do quarto e tossindo
mais. Nate virou-se para sua irmã a abraçou e disse “A mamãe vai ficar bem
maninha”. Sentaram-se e esperaram. Minutos depois chegou uma enfermeira e levou
Nayara para fazer os exames, Rosa foi junto.
...
– Nate – abriu a porta do quarto
– Tenho boas notícias.
– Maninha! O que foi?
– Os resultados dos exames da
mamãe foram bons – pausou por alguns segundos e continuou – E o doutor disse
que vai fazer uma operação para acordá-la.
– Verdade? – comemorou junto de
Luna e Riolu, mas uma dúvida veio a sua cabeça – Mas pode fazer isso?
– Ele disse que existe Pokémons
com poderes milagrosos. E alguns deles podem acordar pessoas do coma. Agora
vamos, a mamãe já tá na sala de operação.
Rosa segura o braço de Nate e o
puxa com tanta pressa que ele quase colide com a parede da porta.
– Luna, Riolu! Vem vocês também!
– Riolu vai correndo atrás deles e Luna sai flutuando e atravessando paredes,
assustando quem estivesse por ali.
...
O Dr. Jung coloca sua mão na
maçaneta da porta da sala de cirurgia para abri-la, quando é surpreendido por
dois adolescentes e dois Pokémons correndo, fazendo o maior tumulto.
– Shhhh! Crianças, por favor,
silêncio dentro do hospital.
– Desculpe-nos Sr. Jung.
– Tudo bem, eu entendo que vocês
estão ansiosos, mas eu vou acalmá-los explicando sobre como vai ser – tosse, em
seguida coloca sua mão no bolso e pega um objeto.
– Vermelho e branco – observa
Rosa – Isso é uma pokébola!
Confirma e libera o monstrinho de
dentro dela. O Pokémon era um ser bem curioso, flutuava graciosamente e estava
todo enrolado com os olhos fechado, como se estivesse dormindo com frio. Seu
corpo era oval e roxo, quadrúpede com as patas rosa escuras, sua cabeça é rosa
e o nariz grande e de um orifício no centro da cabeça saía uma fumaça curiosamente
cor-de-rosa escura.
– Essa é a minha Musharna, ela
foi treinada para a medicina. Nós a usamos para anestesiar as pessoas a fim de
diminuir suas dores ou até para fazermos cirurgias, e tudo que ela pega em
troca são os seus sonhos. Além disso, ela também pode ajudar em vários outros
problemas e doenças, um deles é o coma.
– Então a mamãe vai acordar
mesmo? – pergunta Nate.
– Ainda não entendemos exatamente
como o poder de Pokémons funciona na mente das pessoas, existem pessoas que se
recuperam do coma, mas há casos em que não dá certo, tudo o que podemos fazer é
confiar na Musharna.
– E nós iremos – respondeu Rosa –
Não é Nate?
– Sim! Confiamos em você
Musharna! – a Pokémon se sente feliz com o apoio deles.
– Certo, agora nos de licença,
iremos começar – diz o Dr. Jung – O processo é rápido, uns vinte minutos já que
só utilizamos o poder do Pokémon. Se quiserem podem ir a algum lugar nesse
tempo.
– Obrigado Doutor, mas iremos
esperar aqui mesmo – diz Nate.
– Isso mesmo, uma família tem que
permanecer unida – concorda Rosa.
O Dr. dá um sorriso mas é
atrapalhado por tossidas e entra na sala junto com a Musharna, fechando a porta
logo em seguida.
– Vai comer alguma coisa Nate,
faz tempo que você não come nada.
– Não! – desobedece a sua irmã –
Eu disse que ia ficar aqui, o que se diz é o que tem que ser feito.
Rosa fica surpresa, aquelas
palavras vieram a sua cabeça como se alguém muito importante já tivesse dito
aquilo para ela antes.
...
Rosa estava inquieta, sentada no
sofá confortável dali, porém por mais de meia hora, mas por mais que o assento
seja bom, ficar parado na mesma posição por muito tempo é bem desconfortável,
além de que só cabiam duas pessoas, mas Riolu estava sentado também. Luna
estava flutuando ali por todo esse tempo, mas flutuar parecia ser algo que não
exigia esforço dela e Nate estava quieto, quase sem se mexer, não havia abrido
a boca um segundo se quer, sua irmã estava impressionada com isso, mas ela
reconheceu que ele estava cumprindo sua palavra.
Mais alguns minutos passaram e a
porta da sala se abriu, o doutor saiu tossindo. Nate mudou sua expressão séria
e se levantou para ir em direção do doutor, Rosa também ficou feliz, mas ao se
levantar ela se alongou para diminuir a sensação de incomodo de ter ficado
muito tempo parada.
– E então Dr. Jung, demorou um
pouco, mas a mamãe já está bem? – perguntou Nate esperançoso.
O doutor com um olhar triste
pensou nas palavras que ia dizer, mas parecia que não existia um modo correto
de se falar, que de qualquer jeito ia magoar o garoto, Rosa viu a face dele e
percebeu, logo sua expressão deixou de ser alegra novamente.
– A Musharna foi além dos limites
dela pra curar sua mãe, mas desculpe garoto, sua mãe ainda está em coma.
Nate arregalou os olhos, mas
voltou a sorrir novamente e um pouco trêmulo continuou a conversar.
– Dr., você me assustou... Mas
esse tipo de brincadeira não é legal.
– Desculpe, mas é a pura verdade.
O que resta agora é ter esperanças para que ela acorde naturalmente.
Nate muito confuso sai correndo,
sua irmã grita pelo seu nome, mas ele já tinha virado o corredor.
– Desculpe Dr. Jung, eu vou atrás
dele, por favor, cuide bem da minha mãe – Rosa corre atrás dele e os Pokémons
vão juntos. “Onde será que ele foi?” pensa ela. As pessoas do hospital ficam
assustadas com todos correndo, um senhor mais esperto diz: “Ele saiu do
hospital”. Rosa agradece e eles vão lá fora.
Ela olha por todos os lados, vê
nas ruas se não tem nenhum garoto atrapalhando o trânsito, vê se ele está atrás
de algum pedestre, mas não encontra nada, nada até que Luna a chama apontando
para trás, ela se vira para o hospital e ele ali, encostado na parede do lado
da porta de entrada, sentado com as pernas dobradas, as abraçando e choramingando.
– Que bom que eu te encontrei –
fica aliviada e abaixa para conversar com ele – Achei que você fugiria para
algum lugar.
– Fugir pra onde? – berra fazendo
sua irmã que estava agachada cair sentada – A gente não tem nenhum lugar pra
ir.
Ela se lembra de que sua casa
está queimada e fica sem nada para dizer, se perde por um tempo em seus
pensamentos até que tem uma ideia.
– Eu trabalho no Centro Pokémon,
posso pedir um quarto pra eles em troca de meu serviço... Não fica triste Nate,
a gente fica lá até a mãe acordar. Só podemos esperar agora.
Nate desabraça sua perna e tira
as lágrimas do seu rosto esfregando seu braço, após terminar grita um NÃO para sua
irmã que arregala os olhos.
– Eu não... Não... Não vou
depender... Da esperança dessa vez. Eu tive muita esperança com o papai daquela
vez, esperando que a gente pudesse achar ele, ou que ele voltaria pra gente, e
acho que se a gente ficar esperando de novo nada vai se resolver...
– Mas então o que você vai fazer?
– a única coisa que tinha sobrado para Rosa era a esperança, e se nem isso
resolveria o que ela poderia fazer?
– Sei lá... Se tivesse um Pokémon
mais forte que a Musharna acho que ele poderia ajudar a gente.
– O que você tá falando? Quer
achar um tanto de Musharna por aí e ver qual cura ela?
– Não, não é isso, é que...
Lembra daquilo que você me falou quando você entrou no quarto me chamando pra
ir até o Dr. Jung?
– Eu acho que foi: “[...] existe
Pokémons com poderes milagrosos. E alguns deles podem acordar pessoas do coma”.
– Foi isso mesmo! – a face de
Nate já não era mais triste – E se não for só Musharnas que acordam pessoas do
coma? E se houver Pokémons mais poderosos? Podemos ir encontrar eles!
– Ah, não sei não Nate, a gente
nem sabe se tem, e mesmo se tiver quais são as chances de encontrar ele?
– E você pretende fazer o que?
Trabalhar todo dia fazendo a mesma coisa pra gente poder ficar num quarto tendo
esperança? Não importa se você vai me deixar ou não, eu vou viajar por esse
mundo procurando um por um até encontrar o Pokémon que eu quero.
– Mas Nate...
– O que se diz é o que tem que
ser feito! – interrompe sua irmã.
– “O que se diz é o que tem que
ser feito” – repete em voz baixa, se recordando de algo.
– Por favor pai, deixa eu cuidar dessa Frillish!
– Tem certeza filha, cuidar de um Pokémon é uma grande responsabilidade
– dizia o homem segurando no ombro da menina.
– Sim, eu irei cuidar bem dela!
– Tudo bem, mas lembre sempre disso: O que se diz é o que tem que ser
feito!
Essa lembrança fez com que Rosa resolvesse
o que iria fazer.
– Tudo bem tampinha, eu decidi
que vou deixar você fazer o que quer, mas eu não vou ter esperanças em você... Eu
vou junto com você – ambos se levantam – Vamos perguntar ao Dr. Jung se existe
mais algum Pokémon que pode acordar alguém em coma e vamos arrumar as nossas
coisas e viajar o mais rápido o possível!
Nate ergue seu braço e deixa sua
mão aberta na frente de Rosa, ela também ergue seu braço e coloca sua mão em
cima na dele, em seguida Riolu coloca em cima da dela e por último Luna que
coloca seu tentáculo por cima de todas. Nate diz “Em busca dos ideais” e todos
erguem sua mão gritando cada um em sua língua:
– Em busca dos IDEAIS!
No mesmo momento ainda com o dia estando
ensolarado e com quase nenhuma nuvem a vista cai um raio. Um raio que apenas
cai quando alguém que não desiste decide ir em busca de seus ideais. Um raio
que mostra que uma verdadeira lenda está para nascer.
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