Prólogo Antigo


Volcarona e a Chargestone Cave

O sol “recém-nascido” estava escondido detrás dos prédios da metrópole de Unova, eram 06h00min da manhã e a movimentação da cidade era intensa, uma das poucas cidades desta enorme região que não podia se ouvir o canto dos Pidoves e nem sequer ver qualquer outro Pokémon Selvagem, dizem que os únicos Pokémons selvagens daqui moram no esgoto. Um dia um tanto comum para uma cidade grande, para uns isso é totalmente normal, mas para outros é altamente estressante, principalmente para Natiel, não pela movimentação, pessoas correndo para todo lado em direção ao serviço, engarrafamentos, mas sim por ser um dia de aula, mas para a sua felicidade, neste dia não teria aula normal, e sim uma excursão para a Chargestone Cave.

Natiel Bolt possui sete anos, tem uma pele lisa como qualquer outra criança, cabelo castanho-escuro e todo bagunçado, pois tem preguiça de pentear e olhos castanho-escuros. Desde cedo criou um desgosto pela escola, ele odiava ir à escola quando podia estar assistindo televisão, fazer seus deveres de casa quando podia estar brincando com seus amigos e também odiava o uniforme escolar, uma camiseta branca com o logotipo da escola e um short bem curto. Estuda na escola Pokémon de Castelia City, neste momento está dentro do ônibus indo para uma excursão, teve que acordar cedo, pois a viagem seria longa, acordou energético como sempre, mas agora estava com um tédio, o transito de Castelia era tão intenso que ficava difícil de saber se demoraria mais da escola até a saída da cidade, ou então da Rota 4 até a Chargestone Cave, o que seriam três Rotas, duas cidades e mais a Driftveil Drawbridge. Algumas crianças estavam impacientes, outras abriam seus lanches enquanto eram rodeadas por várias outras crianças pedindo um pouco, alguns dormiam enquanto outros faziam brincadeiras para acordá-los ou assustá-los, outros cantarolavam como qualquer criança faz quando estão no ônibus e a professora tentava acalmá-los e manter a ordem no ônibus, Natiel estava quieto em seu lugar, alguns estranhavam e perguntavam o que acontecera, mas ele continuava quieto olhando para a cidade, talvez relembrando os bons momentos que tivera neste lugar.

Passaram-se alguns minutos até que o ônibus chegou ao fim da cidade, agora eles estavam na Rota 4, uma rota deserta com constantes tempestades de areia, mas hoje estava mais calmo, podendo ver as construções que se faziam naquele local e alguma vez ou outra um Pokémon que saia de seu abrigo em busca de algo para comer. Não demorou muito até chegar a Nimbasa City, algumas crianças se impressionavam com aquele enorme parque de diversão, Natiel via aquela enorme roda gigante que sempre quisera ir, mas não tinha idade o suficiente, agora eles fariam uma pequena parada para descansarem e comer alguma coisa. A professora organizou os alunos de acordo com o que eles queriam e para que eles não fizessem baderna.

— Eu vi um Darumaka na Rota 4 — disse uma criança para seus amigos — Um dia eu vou capturar ele e ele vai ser o Pokémon mais forte de todos!

— Não vai ser mais forte que o meu Basculin azul — respondia outro com toda confiança.

— Todos sabem que esses Pokémons são uns fracotes — retrucava Natiel — Eu vou ter um Krokodile e um Golurk, os tipos Dark e Ghost são os melhores.

— Nem sonhando — discordava um amante de Pokémons Psychic.

— Podem continuar falando desses fracotes que eu vou ali comprar um Pão de Queijo — disse Natiel enquanto procurava dinheiro no bolso.

Passou mais algum tempo até que todos voltaram para o ônibus, Natiel se juntou com alguns amigos para ver um gibi de Pokémons, depois de mais uma hora de viagem eles finalmente chegaram à Chargestone Cave. Enquanto os alunos desciam do ônibus e se organizavam a professora ditava as regras, todos os outros alunos fizeram uma fila de acordo com as ordens da professora e foram conduzidos por um guia. Natiel comia salgadinhos enquanto a professora falava e acabou não a escutando.

— Esqueci o refrigerante, vou lá pegar — foi correndo em direção do ônibus sem que ninguém percebesse.

— Não se separem por nenhum instante — ordenou a professora — Pode ser muito perigoso.

Todos foram para a caverna, o guia explicava sobre aquele lugar e sobre os Pokémons que viviam por lá, até a professora tirava suas dúvidas com a explicação de um profissional expert na área. Natiel saiu do ônibus tomando seu refrigerante e percebe que foi deixado para trás.

— Como eles puderam me deixar aqui sozinho? — se desespera enquanto sai correndo para a Chargestone Cave — Tem alguém aí? Não me deixem aqui sozinho! Por favor, respondam!

Corria desesperadamente para todo o canto em busca de sua professora, nunca na sua vida ele pensou tanto em querer poder vê-la como naquele momento, até que uma pedra flutuante bateu em sua cabeça e com o susto que levou saiu correndo ser ver por aonde ia e acabou caindo em um precipício, gritou tão alto que espantou todos os Pokémons que estavam por perto, quando de repente alguém com uma voz cansada ordena:

— Volcarona use o Psychic!

Aparece então um Pokémon com seis asas vermelhas, seus olhos azul-claros começam a brilhar, este mesmo brilho azul aparecia em volta de Natiel que começava a flutuar até chegar à terra firme, ao chegar lá em cima um senhor ruivo com cabelos em forma de cometa tenta conforta-lo, pois ainda estava muito assustado com o seu acidente. Depois de melhor Natiel começa a reparar naquele homem, usava uma camiseta amarelada e muito incomum, uma calça branca e curta e um colar de Pokébolas.

— Eu já te conheço velhote? — perguntou Natiel sem nem um pingo de educação.

— Eu ouço essa pergunta quase todos os dias — disse aquele senhor depois de rir exageradamente — Bom, quando se é o Campeão é comum esses tipos de coisas.

— Você é campeão, do que?

— De Pokémons, sou o Campeão de Unova — riu mais um pouco — Meu nome é Alder, e esse é Volcarona, foi ele quem te salvou, qual é o seu nome garoto?



— Campeão? — disse baixinho — Meu nome é Natiel Bolt, valeu por me salvar Volcarona.

Volcarona ficou feliz e disse algo parecido com “é sempre bom ajudar os outros”. Alder impressionado com alguma coisa que Natiel disse faz uma pergunta:

— Você disse que o seu sobrenome é Bolt?

— Disse, por quê? — perguntou curioso.

— Você por acaso é da família dos guardiões de Zekrom?

— Família de Zekem? Sei lá, e como vocês me acharam?

— Bom, eu estava fazendo algumas pesquisas aqui quando eu ouvi alguém pedir ajuda então eu fui procurar, foi quando eu bati numa pedra flutuante sem querer, e ela foi atrás de você, quando ela tocou te tocou você correu de medo e caiu lá em baixo, então eu chamei o Volcarona ele te salvou — riu novamente, Natiel já estava cansado de ouvir a sua risada — Eu acho que sou um pouco desastrado.

— Então eu caí por sua culpa? — perguntou aborrecido.

— Err... Foi só um acidente, mas a culpa foi sua, o que você está fazendo aqui sozinho?

— Eu, bom, eu vim, ééé... Eu vim numa excursão com a, a minha escola e então eu me, me perdi — disse de forma que fosse claro perceber que ele estava escondendo algum detalhe a mais.

— Volcarona, por favor, leve esse garoto até a sua turma, e Natiel, pesquise mais sobre seus antepassados, eu espero te encontrar outro dia, você com certeza pode ser de grande ajuda para as minhas pesquisas, e nunca se esqueça desta frase, “Vá em busca de seus ideais” — riu Alder novamente e Natiel sem entender por que a risada irritante se despede.

Depois de um tempo andando pela caverna, Natiel pede para Volcarona parar, ele avistou uma pedra brilhante diferente das demais, ele abaixou para ver o que era, ela era amarela e tinha uma marca parecida com um raio, após isso eles prosseguiram pela caverna, passaram-se uns dez minutos até encontrarem um policial.

— Ei garoto qual é o seu nome? — perguntou o policial.

— Natiel Bolt.

Então ele pegou uma escuta e disse “O garoto foi encontrado, ele está bem.” — Me siga Natiel, eu vou te levar para fora da caverna.

— Espera, eu tenho que me despedir do Volcarona — Ele olha para trás e não vê ninguém.

— De quem? — Natiel balança a cabeça, como se dissesse “Nada não”.

O policial o leva até a saída, onde estavam os outros alunos, alguns achavam que ele morreu os outros também, mas acreditavam que o Natiel era tão cruel que a alma dele iria puxar os seus pés enquanto dormiam, a professora estava desesperada, pois perdeu um aluno quando ele estava sob sua responsabilidade e poderia ser despedida, mas quando ela o viu, saiu correndo em sua direção, agradeceu os policiais e disse furiosa para Natiel:

— Natiel você está louco? Eu disse que era perigoso andar numa caverna sozinho, eu vivia achando que no final do ano você iria melhorar, mas só piorou! — disse a professora que perdeu as esperanças em achar que ele pudesse ganhar juízo.

Neste momento ele estava com medo de que sua mãe o deixasse de castigo por tanto tempo que quando ele saísse do castigo a primeira música que iria cantar seria “Eu nasci há dez mil anos atrás”, mas não estava mais triste do que o motivo que o fizera ficar quieto durante a sua viagem no ônibus.

— O motorista já está a caminho e como castigo você não comerá casteliacones conosco.

Durante a volta Natiel estava todo feliz, pois ele conheceu alguém que é muito famoso e importante, seus amigos não acreditavam, mas isso não o deixava para baixo, entretanto voltou a ficar triste assim que chegou a sua cidade, só podia o ouvir dizer algo bem baixinho como “Amanhã eu vou me mudar...”. Naquele dia Natiel não comeu casteliacones, mas para nunca se esquecer deste dia tão especial ele vive carregando consigo a sua pedra mais preciosa encontrada na Chargestone Cave, a Thunderstone.


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